A definição do sistema energético do voleibol é motivo de grande discussão. A comunidade científica se vê dividida . Fisiologistas e preparadores físicos tradicionais afirmam que o voleibol é uma atividade predominantemente anaeróbica descartando a existência de momentos de predominância aeróbica . Muitos autores justificam sua oposição a essa tese argumentando que se considerarmos o jogo, de maneira isolada eles têm razão ; porém se considerarmos a atividade do atleta de uma maneira global não se pode ignorar a existência do uso de metabolismos aeróbicos . O grupo concordando com esse pensamento, portanto , trabalhará com capacidades aeróbicas e anaeróbicas, levando em consideração a significativa dominância da última.
AERÓBICO
A Capacidade Aeróbica é a qualidade física que contribui para que o jogador:
- suporte a globalidade do treinamento e, consequentemente, aperfeiçoe-se;
- mantenha o seu melhor rendimento ao longo de toda a duração de uma partida;
- recupere-se plenamente de um treinamento / jogo para o outro.
Considerando que os jogos têm duração de até duas horas e que o treinamento pode ter carga horária de 5, 6 ou mais horas, torna-se fundamental que o jogador possua a grande resistência orgânica (capacidade aeróbica/anaeróbica) e muscular, a fim de que possa suportar toda essa carga e aproveitar integralmente o treinamento global.
\ANAERÓBICO
A principal fonte de energia, utilizado em provas que exigem movimentos de curta duração e alta intensidade ,como por exemplo o voleibol, há a exigência de um fornecimento imediato e rápido de energia. Essa energia é proporcionada pelos fosfatos de alta energia (ATP e CP) armazenados dentro dos músculos específicos ativados durante os gestos motores , no voleibol.
Todos os desportos exigem a utilização dos fosfatos de alta energia, porém muitas atividades contam quase exclusivamente com esse meio para transferência de energia . Por exemplo, o sucesso no futebol americano, no levantamento de pesos, em várias provas de campo, no beisebol e no voleibol exige um esforço breve e máximo durante o desempenho. É difícil imaginar um mergulho para uma defesa no voleibol, ou até mesmo, um bloqueio e uma cortada sem a capacidade de gerar energia rapidamente a partir dos fosfogênios armazenados .
Sempre que as Fontes Anaeróbias entram em ação por mais de 10 segundos temos formação de ácido lático de maneira acentuada. Uma fonte anaeróbica alática (ATP-CP) após 10 segundos (ápice) se esgota entrando em atuação outra fonte que é incapaz de manter o mesmo ritmo.
Num exercício tão intenso a energia para fosforilar ADP provém principalmente da glicose, com subsequente formação de ácido lático. De certa forma , esse mecanismo de formação “poupa tempo”, torna possível a formação rápida de ATP pela fosforilação do substrato . Após os 10 segundos de gasto dessa energia, o restante pode ser considerado como um combustível de reserva. Vale ressaltar que o vôlei mescla momentos de exercícios leves e moderados com exercícios de intensidade máxima . Os exercícios leves têm a capacidade, devido a utilização de oxigênio, de oxidar o ácido lático . Portanto não há um acúmulo do mesmo, pois a produção e o gasto são lineares, proporcionais, esse não acúmulo ,cientificamente, é denominado alático( sem acúmulo de ácido lático).
Devido à nomenclatura científica onde se classifica as fontes energéticas de acordo com o quadro abaixo :
Fonte energética
Tempo
Provas
ATP
2 segundos
Movimentos de explosão
Anaeróbia Alática
ATP-CP
10 segundos
Corridas de 100 m
Anaeróbia Alática
Glicose Anaeróbia acima
De 10s até 3 min
Corridas de 200m a 1500m
Anaeróbia Lática
Glicose Aeróbia
Acima de 3 min.
Corridas 5000m p/ mais
Aeróbia Alática
Esses valores de tempo e distância referem-se à intensidade de exercícios máximas ou muito próximas às máximas.
Segundo(BROOKS, 2000) “deve ser enfatizado que, em todas as vezes, até mesmo em repouso ou durante o exercício leve, tanto o processo aeróbio quanto o anaeróbio estão ativos no corpo . Por exemplo, as células sangüíneas vermelhas (CSVs) do corpo não contêm nenhuma mitocôndria, a “casa de força aeróbia” das células .Em razão das CSVs não poderem produzir energia aerobiamente, o ácido lático é continuamente formado para fornecer a energia exigida. Da mesma maneira, até nos mais altos esforços máximos, apesar do metabolismo anaeróbio predominar, algum metabolismo aeróbio está sustentando algum tipo de função celular . Porém no caso das CSVs, ou atividade de baixo nível, o ácido lático não se eleva porque sua taxa de produção eqüivale à sua taxa de remoção .Com os aumentos de intensidade de exercício, o papel do ácido lático se torna mais significante.”
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