Agentes ergogênicos no Exercício



Agentes ergogênicos têm sido usados por atletas de competição há mais de três décadas na expectativa de melhora da capacidade e desempenho físico. Atualmente, seu uso está mais popular, estendendo-se a atletas amadores, mulheres, adolescentes e até crianças. O uso, muitas vezes ilícito, vem sendo associado a comportamentos de risco, como uso de bebidas alcoólicas e outras drogas. Os esteróides anabolizantes são os classicamente utilizados. O modo de administração, diferente do recomendado para fins terapêuticos, com doses muito altas e associação de várias drogas, dificulta a realização de estudos para avaliação dos resultados. Embora ainda haja controvérsia sobre os reais ganhos em massa e força muscular, o efeito psicológico pode motivar os indivíduos a aumentar seu treinamento e rendimento esportivo. Os efeitos colaterais são freqüentes, podendo acometer mais de 50% dos usuários.

Vamos aos principais tipos de agente ergonênicos utilizados

Esteróides Anabolizantes

Os esteróides anabolizantes (EA) são derivados do androgênio masculino natural, a testosterona, e são usados por atletas há mais de três décadas com o objetivo de aumentar massa e força muscular. Embora inicialmente essas drogas tenham sido utilizadas apenas por atletas profissionais, a partir da década de 1980 o uso se expandiu, de forma indiscriminada e abusiva, entre jovens que querem modelar o corpo e obter melhor desempenho físico e esportivo.

Hormônio de crescimento

O hormônio de crescimento (GH) é um peptídeo secretado pela hipófise anterior que em conjunto com as somatomedinas ou IGFs, que são proteínas sintetizadas principalmente no fígado, têm o papel principal de estimular o crescimento ósseo.

Fisiologicamente, o GH estimula a síntese protéica, inibe a utilização de glicose, aumenta o transporte de aminoácidos pelos tecidos e estimula a lipólise. Seu uso está universalmente indicado na terapia de reposição em crianças portadoras de nanismo hipofisário.

Recentemente, tem sido identificado como “promotor da juventude” e ocupado lugar de destaque na mídia, com a divulgação dos supostos benefícios. Mesmo antes da forma recombinante do GH estar disponível comercialmente para uso terapêutico, uma publicação chamada “The Underground Steroid Handbook” já divulgava seus benefícios para os atletas e previa seu uso corrente em poucos anos.

De fato, o GH tem sido procurado por atletas e esportistas amadores como droga coadjuvante ou substitutiva dos EA. O objetivo é aumentar o ganho de força e massa muscular, promover a fisioescultura, além de proporcionar a sensação de bem-estar. Acredita-se que seu uso preveniria o esgotamento muscular e dos ligamentos e tendões provocados pelo excesso de esteróides, aceleraria o ganho de peso, mas evitaria o acúmulo de tecido adiposo após sua interrupção. Outros motivos seriam: evitar os efeitos androgênicos dos esteróides e a não detecção laboratorial nos testes “anti-doping”.

Efeitos adversos de doses supra-fisiológicas seriam: intolerância à glicose, desenvolvimento de osteoporose, sinais de acromegalia (crescimento exagerado das extremidades), além do aparecimento de dislipidemias, especialmente a redução do HDL-colesterol e a possibilidade de desencadeamento de insuficiência cardíaca.

Estudo realizado em duas escolas de Chicago, em 1992, mostrou que 5% de 224 adolescentes do sexo masculino relatavam uso presente ou passado de GH, sem razões médicas; 25% conheciam alguém que usava e 50% desconheciam qualquer efeito adverso da droga.

O alto custo do GH e a disseminação de produtos sem informações precisas sobre a forma de obtenção e pureza das preparações representa um problema adicional.

Creatina

A suplementação dietética com formulações contendo creatina também tornou-se popular recentemente, devido à crença no maior estímulo ao ganho de força e massa muscular magra.47 A fosfocreatina é um reservatório de fosfato de alto potencial no músculo. Durante os períodos de esforço muscular, a reação de transferência do grupamento fosfato para o ADP gera grande quantidade de ATP e energia, segundo o esquema: Creatina fosfato + ADP + H Û ATP + creatina. Contudo, a quantidade de fosfocreatina é pequena e muito mais ATP é gerado a partir do glicogênio muscular.

Alguns estudos sugerem que o uso de creatina promove a síntese protéica, a retenção hídrica e melhora a qualidade dos treinamentos de resistência dos atletas.

Embora nenhum efeito adverso tenha sido relatado na literatura científica, estudos a longo prazo não foram realizados.

Entender o processo ocorrido com o organismo durante a atividade física é fundamental para entender os resultados que podem ser obtidos.



O Dr. Turibio Leite de Barros Neto comenta aspectos relevantes no auxílio à melhora da performance, como genética e agentes ergogênicos.
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