Efeitos da Pliometria no Tênis


O termo pliometria é derivado do vocabulário grego pleytein cujo significado é aumentar, ou plio e metric (maior e medida) (DINTMAN et alii, 1999).

Diferentes metodologias têm sido empregadas para denominar o método pliométrico, entre muitas: treinamento de elasticidade, treinamento reativo, treinamento excêntrico, treinamento de saltos e método de batida(WEINECK, 1991).

Efeitos do treino pliométrico
Algumas pesquisas realizadas em diferentes modalidades têm apresentado os resultados de um trabalho pliométrico sobre outras variáveis que envolvam a força. Existe uma carência de pesquisas cientificas envolvendo pliometria no tênis de campo.

Um conceito muito difundido erroneamente é a idéia de que a pliometria tem como objetivo somente a melhoria da impulsão vertical. Tal observação foi amplamente divulgada, pois, modalidades como o atletismo (saltos), basquete e voleibol foram os pioneiros no emprego de tais métodos. Portanto, neste estudo a pliometria deve ser considerada como uma estratégia de treinamento que visa melhorar e aperfeiçoar a eficiência da qualidade física potência. Do ponto de vista matemático, potência é igual ao produto da força versus a velocidade(potência=força x velocidade). Na concepção de BOMPA (2001) potência representa a capacidade de execução da força máxima no tempo mais curto.

No basquetebol juvenil de Portugal, SANTO et alii (1997) buscaram identificar os efeitos da pliometria sobre o destreinamento e variáveis específicas da força explosiva: a velocidade de 20 metros, agilidade, saltoS (estático e com contra-movimento) e potência mecânica dos membros inferires. O delineamento experimental envolvia três programas de pliometria distintos: saltos no lugar e saltos com deslocamentos (TS), saltos em profundidade (SP) e saltos com cargas adicionais (SCA) com duração de oito semanas. Concluíram que o treino pliométrico proposto garantia a manutenção dos ganhos da força explosiva e permitiam melhorias expressivas nos indicadores de força explosiva testados.

Na equipe de basquetebol júnior da Suécia, MATAVULJ et alii (2001) empregaram três diferentes regimes de pliometria nos atletas. O programa consistia em um grupo realizando saltos de 50cm (EG-50), o segundo grupo com 100cm (EG-100) e um grupo controle. O experimento foi conduzido por um período de seis semanas. Encontraram acréscimos nos valores de impulsão vertical e força dos músculos extensores.

No futebol, DIALLO et alii (2001) averiguaram os efeitos da pliometria durante dez semanas seguidas por um período de oito semanas de redução dos treinos sobre a performance de jogadores pré-adolescentes. Foram empregados vários tipos de exercícios pliométricos. Constataram nos testes envolvidos (impulsão vertical com contra-movimento, saltos por 15 segundos, velocidade de 20, 30, e 40 metros) que um programa de pliometria improvisa a performance, como também se consegue obter um efeito de manutenção durante a fase de redução do treinamento.

Em jogadores russos de voleibol, MASALGIN et alii (1990) estudaram a influencia do método de choque na força explosiva. O procedimento experimental consistia de dois grupos. O grupo submetido ao método de choque treinou durante quatro semanas consecutivas. Em contraste, o grupo controle foi submetido a um programa convencional de pliometria durante doze semanas. Os resultados demonstraram que o método de choque influencia efetivamente para o desenvolvimento da força explosiva propiciando uma rápida mobilização e recrutamento das unidades motoras envolvidas no movimento.

As diferentes metodologias utilizadas nos estudos, assim como, variações de faixa etária, testes empregados, acabam gerando algumas interpretações controversas.

Independente desses fatores, parece evidente supor que um programa de pliometria bem conduzido é o meio mais eficaz para potencializar as valências físicas força explosiva e força rápida.

Referências bibliográficas

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