É preciso tomar cuidado com o treinamento físico infantil em excesso



Sempre li muito sobre treinamento físico em crianças e adolescentes. Por ser uma professora de Educação Física que trabalha com escola e numa escolinha de esportes que tem como objetivo garimpar alunos para participar do time da escola, esse assunto é recorrente no meu cotidiano.

Nos últimos anos grande aumento do número de crianças e adolescentes que participam de esportes organizados. Não tenho duvidas de que o esporte de competição contribui para o desenvolvimento físico, emocional e intelectual de crianças e adolescentes. A experiência no esporte pode desenvolver a auto-confiança e estimular o comportamento social. Por todas essas razões, o esporte de competição para crianças deve ser considerado de forma positiva.

Porém, nem tudo são flores. Há esporte de alto nivel na infância e não só de competição. E esse esporte competitivo de alto nível na infância não só tem limites biológicos de rendimento mas também traz riscos de natureza psicológica e de desenvolvimento social. Um preparo intensivo para competições desportivas de alto nível pode provocar abandonos e/ou crianças com problemas psicológicos. Tais competições desportivas podem estar organizadas a tal ponto (por adultos) que reste pouco ou nenhum lugar para as relações e o desenvolvimento sociais.

É sempre importante ressaltar que o conteúdo e os métodos de treinamento devem ser adequados para as crianças. A diversidade de movimentos e o condicionamento físico geral devem ter prioridade, com a especialização sendo deixada para mais tarde. Os ambientes de treinamento devem ser organizados de forma a proporcionar isso.

Obviamente, isso não é considerado em muitos lugares. Um número cada vez maior de lesões por sobrecarga está sendo registrado em crianças que praticam esportes organizados. Estas lesões são o resultado de sobrecargas frequentes, que causam microtraumatismos aos tecidos dos membros superiores ou inferiores, submetidos a tensões excessivas pelo treinamento. As crianças são mais suscetíveis a lesões por sobrecarga do que os adultos devido à presença de tecidos em desenvolvimento e da placa de crescimento, além do próprio processo de crescimento que pode produzir desequilíbrios musculares em torno das articulações, aumentando o risco de lesões. Falando fisiologicamente, como já deu para perceber, submeter crianças a treinos pensados para adultos é um desastre que pode abreviar a vida esportiva do "atleta".

É bem sabido que níveis toleráveis de exercício parecem estimular o crescimento físico normal. Em indivíduos jovens saudáveis, os efeitos positivos da atividade física que tendem a estimular o crescimento se sobrepõem a quaisquer efeitos negativos e anulam os fatores de risco relacionados ao crescimento. Contudo, é provável que quando a carga física se torna excessiva, os efeitos benéficos sobre o sistema esquelético desapareçam e o treinamento se torne traumático e prejudique o crescimento normal.

Pais, professores e técnicos devem estar conscientes dos processos psicológicos e dos estresses experimentados pela criança que está envolvida em competições desportivas. A soma das habilidades motoras, as habilidades pessoais e as necessidades sociais da criança devem ser estimuladas através do esporte. Somente quando as crianças puderem adquirir a consciência desta soma de atributos terão a motivação necessária para atingir um desempenho desportivo de alto nível. A criança deve ser capaz de manter diferentes contatos sociais não apenas durante o treinamento, mas também fora do esporte. Deve-se evitar o isolamento social devido a uma posição especial no esporte3. A não observância destes princípios sob o pretexto de um grande êxito ou talento é inaceitável. Quando as crianças são pequenas (ou pelo menos abaixo dos 10 anos de idade) não se dão conta de que o resultado de um esporte depende tanto da capacidade como do esforço. Portanto, ganhar e perder no esporte não é especialmente informativo para as crianças em relação às suas capacidades. Somente quando têm 12 a 13 anos de idade começam a reconhecer que os resultados são determinados tanto pelo esforço quanto pela capacidade.

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