Fisiologia da Pliometria



A premissa por trás do uso do exercício pliométrico de melhorar a capacidade de reação e a força vem do que se chama de 'ciclo estiramento-encurtamento'. Esse termo refere-se à mudança pela qual passa o músculo quando ele é carregado excentricamente e depois contraído concentricamente.

O que está na verdade sendo treinado durante a pliometria é o período curtíssimo entre as fases excêntrica (estiramento) e concêntrica (encurtamento) desta contração muscular.



A pliometria possui uma característica na produção de força conhecido como CAE( Ciclo Encurtamento-Alongamento).

O reflexo de estiramento provoca a contração do músculo quando este é excessivamente alongado e inibe a ação da musculatura antagonista. Por exemplo, quando o músculo quadríceps é alongado, os órgãos proprioceptores presentes na estruturada muscular (fuso muscular e órgãos tedinosos de golgi) são ativados. Esses proprioceptores são sensíveis tanto ao grau de alongamento da musculatura quanto à velocidade com que esse alongamento ocorre. Uma junção sináptica envia um sinal aferente de que o quadríceps está sendo alongado para a coluna vertebral. Isso provoca a reação do motoneurônio alfa presente na coluna, que responde enviando um sinal eferente à musculatura. De forma a proteger o músculo do alongamento excessivo, a resposta do motoneurônio provoca a contração do quadríceps e a inibição da musculatura antagonista (neste caso os isquiotibiais).

O reflexo de estiramento é utilizado frequentemente na prática esportiva, pois a  maioria dos gestos esportivos envolve duas fases de ação muscular. Uma fase excêntrica, onde o músculo exerce tensão para alongar, seguida de uma ação concêntrica onde o músculo é encurtado. O pre-estiramento da musculatura
(ação excêntrica) permite acumular energia na mesma, como acontece quando se estica um elástico. Essa energia potencial elástica acumulada pode ser usada pra aumentar a força da ação concêntrica seqüente. A ação concêntrica deve acontecer imediatamente após a excêntrica ou a energia elástica acumulada se dissipa da musculatura como o calor. Por exemplo, o contra-movimento que precede o salto vertical, permite que o quadríceps acumule energia para uma ação concêntrica mais forte, aumentando a altura do salto. A quantidade de energia acumulada depende da velocidade e do grau de estiramento da musculatura. Explorar a elasticidade muscular e o reflexo de estiramento é a base do treinamento pliométrico. Os estudos mostram que quanto mais rápido a musculatura for alongada, maior será a força na ação concêntrica.

Os exercícios pliométricos podem ser divididos em: saltos no lugar, saltos em progressão, saltos em profundidade e exercícios para os membros superiores. A intensidade pode ser modificada através da altura do salto, tipo de salto e altura de queda. Dentro destas quatro categorias existe uma variedade de exercícios que podem ser utilizados. É importante frisar que a pliometria não deve ser usada para se 'entrar em forma'", fazendo-se necessário uma fase adaptativa de força antes de adicioná-la ao programa de treinamento, principalmente para a realização de movimentos mais avançados.

O treinamento utilizando diversas modalidades de saltos já foi comprovado como eficiente para o aumento da potência dos membros inferiores.  A pliometria é muito aproveitada por atletas para melhorar o desempenho, isto é, permitir que a musculatura e demais estruturas atuantes estejam mais preparadas para alterações repentinas de deslocamento ou otimizar os saltos, entre outros benefícios.

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