Cada vez mais, os alunos chegam ao personal trainer com resultados de exames laboratoriais em mãos, pedindo ajuda para interpretar siglas como TGO, TGP, creatinina, cortisol, glicemia ou vitamina D. E aí surge a pergunta: o que, de fato, o profissional de Educação Física pode entender e usar desses dados no seu trabalho?
A resposta é direta: o educador físico não deve prescrever exames nem interpretar clinicamente os resultados, mas precisa entender como alguns marcadores laboratoriais influenciam a performance, a recuperação e os ajustes no treinamento. Isso é especialmente relevante quando se trabalha com alunos com sobrepeso, doenças crônicas, atletas amadores ou populações especiais.
Por que entender exames de sangue é relevante para o profissional de Educação Física?
Porque saúde, performance e fisiologia caminham juntas. Compreender os principais biomarcadores relacionados ao metabolismo, à função muscular e à recuperação permite:
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Identificar limitações fisiológicas que interferem no treino;
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Ajustar intensidade e volume de forma mais precisa;
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Trabalhar em parceria com médicos e nutricionistas com linguagem alinhada;
Reduzir riscos e melhorar os resultados do aluno.
Principais exames que o educador físico deve conhecer
1. Glicemia de jejum e Hemoglobina Glicada (HbA1c)
Indicadores diretos do metabolismo da glicose. Valores alterados sinalizam risco de diabetes ou resistência à insulina — o que interfere na prescrição de exercícios e na tolerância ao esforço.
2. Vitamina D (25(OH)D)
Fundamental para o metabolismo ósseo, força muscular, imunidade e até humor. Baixos níveis estão associados a menor rendimento e risco aumentado de lesões.
3. TSH, T3 e T4 (função tireoidiana)
Alterações na tireoide afetam o metabolismo basal, a recuperação, o ganho de massa magra e a disposição geral.
4. Cortisol
Hormônio do estresse. Altos níveis crônicos estão relacionados à fadiga, perda muscular e menor aderência ao treino. Serve como sinal de que o aluno pode estar treinando demais ou mal recuperado.
5. Creatinina e ureia
Marcadores renais, mas também impactados por esforço físico intenso. Valores elevados de forma persistente requerem atenção e acompanhamento médico.
6. CK (Creatinoquinase)
Indicador de lesão muscular. Níveis altos após treinos muito intensos são normais, mas valores cronicamente elevados podem apontar para overtraining.
7. Perfil lipídico (colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos)
Essenciais para entender o risco cardiovascular e como o treinamento pode ajudar na regulação metabólica.
Como o educador físico pode usar essas informações na prática?
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Ajuste da carga de treino: Um aluno com fadiga crônica e cortisol elevado pode se beneficiar de períodos de menor volume ou mais ênfase em treinos regenerativos.
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Encaminhamento responsável: Ao identificar valores anormais ou sintomas associados, o profissional deve sugerir avaliação médica, demonstrando cuidado com a saúde do aluno.
Colaboração interdisciplinar: Saber dialogar com nutricionistas e médicos usando os mesmos termos técnicos valoriza o profissional e melhora o resultado final.
O que o educador físico não deve fazer?
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Prescrever exames laboratoriais (função exclusiva do médico);
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Interpretar exames com fins clínicos ou diagnósticos;
Ajustar alimentação ou suplementação com base apenas em exames — isso é atribuição do nutricionista.
O profissional de Educação Física que busca excelência precisa dominar mais do que biomecânica e fisiologia do exercício. Compreender, dentro de sua área, os exames laboratoriais mais comuns entre seus alunos é um diferencial importante para oferecer treinos mais precisos, éticos e eficazes.
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