O que é ergoespirometria?




A ergoespirometria – combinação de espirometria e ergometria – não é um procedimento científico novo. Os primeiros estudos ergoespirométricos feitos por Lavoisier podem ser de 1790. O termo foi derivado da escola germânica e introduzido por Knipping em 1929. Mas foi somente a partir de 1950 que a instrumentação alcançou níveis científicos mais elevados, possibilitando uma maior aplicação técnica. É interessante constatar que, muitos embora o limiar anaeróbico seja uma variável de grande relevância para a prescrição do exercício, ainda existe considerável discordância sobre os mecanismos responsáveis pela quantificação e determinação precisa.

No nosso meio, a determinação do limiar anaeróbico tem sido o fator propulsionador da ergoespirometria, notadamente para avaliação de atletas. Todavia, atualmente a ergoespirometria pode ser importante também para a avaliação funcional de pacientes cardiopatas e pneumopatas do que para a dos atletas, especialmente no que se refere ao diagnóstico diferencial da dispnéia e da intolerância ao esforço. Conforme é representado em literatura no esquema de Wasserman, a capacidade de utilização do oxigênio e de eliminação do gás carbônico produzido pelo metabolismo depende da integração e funcionamento de vários sistemas e, mais particularmente, dos aparatos cardiovascular e respiratório. Dessa forma, não é de se estranhar que informações cardiorrespiratórias colhidas durante o exercício possam ser de utilidade clínica.

A quantificação precisa da potência aeróbica máxima (VO2máx) através da ergoespirometria representa a vantagem mais óbvia em relação à ergometria convencional (na qual estima-se a condição aeróbica a partir de equações em que o trabalho máximo realizado é a principal variável). Acredita-se que o erro típico na predição da potência aeróbica máxima por esses métodos situe-se, pelo menos, entre 10 a 20% - o que é inaceitável dentro do ponto de vista científico. Esse provável erro tende a exceder os efeitos obtidos com um programa de treinamento físico em cardiopatas, o que dificulta a interpretação de eventuais resultados comparativos pré e pós intervenção.

A determinação do limiar anaeróbico – índice mais relacionado à capacidade laborativa e desportiva e ainda mais treinável do que a potência aeróbica máxima – representa uma outra importante razão para a realização da ergoespirometria, especialmente para a prescrição do exercício.

A possibilidade de identificar a etiologia da dispnéia associada ao exercício é exclusiva da ergoespirometria.

Certamente, a ergoespirometria não se trata de um luxo (ainda que bastante caro!), sendo ainda opcional em alguns casos e uma necessidade em outros, especialmente quando se precisa:

(1) quantificar precisamente a condição aeróbica;
(2) determinar o limiar anaeróbico;
(3) quantificar resultados de intervenções terapêuticas sobre a capacidade de se exercitar;
(4) avaliar o inotropismo cardíaco ao esforço de modo não-invasivo;
(5) avaliar a relação ventilação-perfusão durante o esforço;
(6) determinar a eficiência mecânica durante o exercício e,
(7) determinar a etilogia da dispnéia e da intolerância ao esforço.


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