No Egito Antigo e Mesopotâmia
As primeiras civilizações no Egito e Mesopotâmia, milênios antes dos Jogos na Grécia antiga, já tinham a tradição de atividades atléticas. Isto é comprovado por fontes literárias e iconográficas descrevendo cenas atléticas já em 3.000 a.C.
No Egito e Mesopotâmia, o interesse por atividades atléticas ficou registrado em templos e tumbas. O esporte no Egito antigo incluía: luta, combate com varas, boxe, acrobatismo, arco e flecha, vela, jogos de bola e eventos eqüestres. Tudo indica que os eventos atléticos eram restritos aos membros das classes elevadas. Textos egípcios mostram a importância da atividade física na preparação do faraó e membros da corte.
Os gregos pré-clássicos - micênicos e minuanos
Além do Egito e Mesopotâmia, outras civilizações, inclusive na própria Grécia pré-clássica, já praticavam o atletismo antes dos Jogos Olímpicos.
Os minuanos, civilização que habitava a ilha de Creta no período de 2.100 a 1.100 a.C. tinham interesse especial pela ginástica. Os afrescos indicam que as atividades atléticas eram praticadas por membros da nobreza em áreas perto do palácio.
Na cultura minóica os touros eram muito importantes (lembrem-se da lenda do minotauro de Creta) e também faziam parte dos eventos atléticos através do salto sobre o touro. Onde os atletas realizavam saltos sobre touros vivos e provavelmente não muito amistosos!
Outros esportes praticados pelos minóicos eram o boxe, a luta e, acrobacias. Os estudos indicam que havia um componente religioso forte nos eventos atléticos.
Já os miocenos (1600-1100 a.C.), adotaram os esportes minóicos e acrescentaram à corrida de bigas e competições de pista. Tal qual na Creta minuana, os esportes tinham caráter religioso, porém os micênicos preferiam à luta e o boxe.
Jogos Olímpicos da Antiguidade
Os Jogos Olímpicos começaram em 776 a.C. em Olímpia, na Grécia antiga, e duraram por mais de mil anos. Entretanto, o evento religioso que deu origem aos Jogos é bem mais antigo podendo datar do século 13 a.C.
Tal qual a Olimpíada moderna, os jogos eram realizados de 4 em 4 anos. Porém eles sempre aconteciam em Olímpia, os esportes eram menos numerosos e só podiam participar homens que falassem o idioma grego.
Olímpia atraía homens de todo o mundo grego. Não se sabe quantas pessoas compareciam aos Jogos, mas o estádio olímpico tinha a capacidade estimada entre 45 mil e 50 mil espectadores.
Apenas os cidadãos livres e natos que estivessem inscritos para a competição podiam participar dos Jogos Olímpicos. Os atletas treinavam em suas cidades de origem durante os quatro anos que separavam os Jogos Olímpicos. Esse período era denominado Olimpíada. No entanto, a 60 dias dos Jogos, todos os atletas se concentravam na cidade de Elis, onde passavam a se dedicar integralmente à sua preparação física.
Os competidores chegavam a Olímpia um mês antes do início oficial dos Jogos e passavam por um treinamento moral, físico e espiritual sob a supervisão dos juízes.
Os treinadores especializados; a alimentação, a massagem, os planos de treinamento e a idéia de treinamento total colocaram a Grécia como pioneira no treinamento desportivo. Esses treinamentos eram basicamente intuitivos, sem nenhum caráter científico.
A preparação geral era realizada através de marchas, corridas e saltos e a preparação especifica através de sacos de areia, fardos e pedras em forma de halteres; treinadores específicos para as provas de corrida e lutas e seguiram uma rotina de treinamento, realizadas em ciclos de quatro dias, denominadas tetras (Costa, 1968a; Rocha, 1983). A dificuldade em se quantificar o treinamento já era grande e alguns atletas chegavam a morrer durante a preparação para competições.
A participação dos atletas era estabelecida por um código rígido de conduta e qualquer infração era punida com rigor.
A vitória nos Jogos Olímpicos consagrava o atleta e proporcionava glória também à sua cidade de origem.
Evolução do treinamento desportivo.
Quanto à evolução do treinamento desportivo, podemos afirmar que este passou por cinco períodos:
Arte;
Improvisação;
Sistematização;
Pré-científico;
Científico.
Os três primeiros foram marcados pelo empirismo, cuja principal característica era as sensações: os treinadores guiavam-se por elas como ponto de referência técnica de condição física. Era o tempo do conhecimento adquirido pela prática.
A corrida foi o único esporte praticado nas primeiras 13 Olimpíadas. A distância era de um "stadia" que correspondia aproximadamente a 85 metros. Depois foram acrescentadas corridas mais longas como o "diaulos" (365 metros) e o "dolichos" (24 "stadias" ou 2 km). Em 708 a.C. foram acrescentados o pentatlo e eventos de luta, em 688 a.C. o boxe e em 680 a.C. a corrida de bigas.
O prêmio pela vitória era uma simples coroa feita de ramos de Oliveira. Entretanto os atletas viravam celebridades e era comum os vitoriosos receberem benefícios tais como ter toda a sua alimentação paga pelo resto da vida, ou ter um lugar reservado na primeira fileira dos teatros.
Com o domínio romano sobre os gregos os Jogos Olímpicos foram perdendo sua identidade. Na época do Imperador Nero, no lugar de cidadãos livres, escravos passaram a competir por suas vidas contra animais selvagens. Em 393 d.C. os gloriosos Jogos Olímpicos foram abolidos por decreto do Imperador Romano Teodósio.
Com o ressurgimento dos Jogos Olímpicos em 1896, (Atenas), passou-se a ter maior interesse e divulgação, do esporte, entre os diferentes povos o mundo. Foi o início os jogos na era moderna, quando o barão de Couberttin destaca a importância da competição em detrimento da vitória; e o treinamento esportivo passou a evoluir e ao longo das primeiras sete décadas do século XX, exceção aos períodos das I e II guerras mundiais, atletas e treinadores inovaram e criaram vários métodos de treinamento que são utilizados até hoje.
Os períodos pré-científico e científico surgiram aos poucos para completar a vivência empírica. Na década de 20, Krumel da Alemanha e Pikala da Finlândia, tentaram demonstrar que as resistências aeróbica e anaeróbica não eram adquiridas somente com corridas de longa distância, mas também por corridas curtas e de grande intensidade, seguidas de repouso.
Em 1930, Gosse Holmer da Suécia, criou o Fartlek, um método natural, mais conhecido como "jogo de velocidade", de intensidade bastante variável, e que o atleta executava conforme sua vontade, mesmo assim, sem controle rigoroso era bastante sistemático, pois determinava: corridas em plano, subidas, descidas e trechos de areia e grama, fases cronometradas e trabalho de musculação de forma natural.
Entre 1933 e 1936 surgiu Gerscheler da Alemanha que ainda de forma empírica, usava distâncias curtas com pausa.. Percebendo que estas pausas eram muito importantes, estabeleceu que o atleta deveria acostumar-se também com o ritmo da prova em treinamento. Posteriormente surgiram Reindel e Roskam ambos da Alemanha, que baseados no método de Gerscheler e em pesquisas fisiológicas, criaram o método conhecido como intervall-training ("os famosos tiros"), iniciando naquele momento o período científico do treinamento desportivo.
A Segunda grande guerra mundial retardou a aplicação do Interval-Training.
Em 1945, iniciou-se nos EUA, o trabalho com pesos, Weigth-Training, mas somente como reeducação funcional para os feridos de guerra. Este método foi estudado cientificamente por Yakalov e Korobcov, sendo aplicado posteriormente no atletismo e outros esportes pela Rússia e Alemanha.
Entre 1948 e 1960, ocorreu a fase áurea do Interval-Training, onde a união deste método com Weigth-Training promoveu grandes resultados no mundo esportivo.
Na metade da década de 60, as performances se nivelaram levando os treinadores a tentarem novos métodos. Daí surgiram os "Neomodernos" que rebelaram-se contra o Interval-Training puro e passaram a preconizar o retorno à natureza, ao trabalho longe das pistas, sem esquemas rígidos. Três grandes nomes surgiram nesta época: Lydiard da Nova Zelândia, Van Aaken da Alemanha e Cerutty da Austrália. Todos se voltaram para o trabalho em longas distâncias. Grandes resultados surgiram nas Olimpíadas de Roma, Tóquio, México e Munique.
No processo de evolução histórica, todas as correntes contribuíram para o aperfeiçoamento do treinamento científico.
O desenvolvimento de equipamentos sofisticados destinados à pesquisa da fisiologia e um rigoroso acompanhamento da aplicação do treinamento diário, não permitemhttp://www.blogger.com/img/blank.gif a utilização de um único método como forma de preparação geral, nem improvisações do dia-a-dia típico de treinadores sem conhecimento científico adequado.
Hoje em dia é impossível se imaginar o treinamento sem o aval da ciência, pois esta tendência é sem sombra de dúvidas uma das estudadas em todo o mundo.
Dessa forma, faz-se necessário uma estruturação muito bem organizada das paramentas que compõem toda a estrutura de um programa de treinamento, tais como:
Exames de saúde, avaliação e acompanhamento nutricional, avaliação da capacidade aeróbica (vo2), limiar anaeróbico, limiar de lactato, frequência cardíaca, testes de potência (força rápida), velocidade, etc...
Fonte
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