O treinamento funcional se baseia nos movimentos naturais do ser humano, como: pular, correr, puxar, agachar, girar e empurrar.
Dentro do Treinamento Funcional podemos verificar as diversas abordagens no que se refere a metodologias. Atualmente em nosso país, existem três linhas metodológicas que são utilizadas dentro de um TF, que são: TF para a especificidade esportiva; TF baseado no pilates, possuindo como foco o treinamento do CORE e, por último, TF baseado em exercícios integrados para melhoria das capacidades funcionais.
Desta forma, cabe ao profissional que for prescrever os treinos saber qual das três linhas de trabalho são a mais adequada para as necessidades, funcionalidades e objetivos de seu aluno.
Neste post, abordaremos as metodologias propostas por D'Elia e D'Elia (2005) e Monteiro e Evangelista (2010).
Metodologia de D'Elia e D'Elia (2005):
Transferência de treinamento: Onde o grau de similaridade e equiparação entre os exercícios utilizados no treinamento físico funcional sejam próximos aos movimentos utilizados no cotidiano, pois, quanto maior for este grau, maior será a permuta dos resultados obtidos para a atividade em questão.
Estabilização: Com o treinamento funcional o atleta recruta mais a musculatura estabilizadora, na qual o individuo aproveita da estabilidade para conservar o exercício em pratica através do equilíbrio.
Desenvolvimento dos padrões de movimentos primários: No treinamento funcional, sete movimentos são considerados como movimentos-chave, sendo também considerados como movimentos necessários para a sobrevivência humana e para a performance esportiva, que são: agachar, avançar, abaixar, puxar, empurrar, girar e levantar.
Desenvolvimento dos fundamentos de movimentos básicos: existem quatro tipos principais de movimentos básicos dentro do TF, que são, habilidades locomotoras (como andar, correr...), habilidades não-locomotoras ou de estabilidade (como virar-se, torcer, balançar...), habilidades de manipulação (como arremessar, chutar, agarrar...), consciência de movimento (que corresponde a percepção e resposta às informações sensoriais necessárias para executar uma tarefa). Estes quatro movimentos básicos podem ser empregados em quaisquer modalidades esportivas e atividades cotidianas.
Desenvolvimento da consciência corporal: O treinamento funcional desenvolve diversos aspectos desta consciência, pois provoca o indivíduo em diferentes posições e tarefas, as quais fazem com que o mesmo se compreenda com mais seriedade.
Desenvolvimento das habilidades biomotoras fundamentais: O desenvolvimento da força, do equilíbrio, da resistência, da coordenação, da velocidade e da flexibilidade é indispensável, sendo que uma habilidade raramente domina um exercício. Sendo assim, na maioria das vezes, o movimento se origina de uma combinação de uma ou mais habilidades. Dessa forma, o treinamento funcional desenvolve as habilidades de acordo com a seriedade de cada uma delas no esporte ou na atividade específica, abrangendo também a fase de treinamento no qual o indivíduo se encontra
Aprimoramento da postura: A postura influencia muito na capacidade e qualidade de movimento e equilíbrio. Sendo assim, o treinamento funcional pratica tanto a postura estática (que corresponde a posição em que o movimento começa e termina) quanto a postura dinâmica (capacidade do corpo de alimentar o eixo de rotação durante todo o movimento).
Metodologia do Monteiro e Evangelista
Metodologia de treinamento só pode ser considerada como funcional se o aluno apresentar as seguintes características:
Desenvolvimento de capacidades biomotoras ressaltantes - que são: força, resistência, potência, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, agilidade e velocidade;
Padrão de movimento comparável a reflexos, ou seja, quando o corpo gera um conjunto de ações reflexas para manutenção da postura quando em superfícies estáveis e/ou instáveis;
Sustentação do centro de gravidade sobre sua base de suporte como componente postural estático e dinâmico;
Compatibilidade com um programa motor generalizado, ou seja, os exercícios considerados como funcionais utilizam movimentos que têm alta transferência para o trabalho ou esporte;
Compatibilidade de cadeia aberta/fechada - a seleção do exercício pelo treinador deve ser em função do tipo de cadeia cinética, para que o recrutamento dos músculos e o movimento das articulações sejam específicos em relação a tarefa desempenhada;
Isolamento para integração, ou seja, treinar a musculatura para que ela colabore na realização de um movimento funcional.
Podemos perceber que ambas metodologias apresentadas acima são semelhantes no que se refere a desenvolvimento de capacidades biomotoras importantes nesta metodologia de treinamento, bem como no centro de gravidade do corpo (CORE) e no recrutamento sincronizado dos músculos para o bom desenvolvimento da função desempenhada na vida diária do indivíduo.
Qualquer um pode praticar o Treinamento Funcional. Claro que o instrutor deve estar sempre atento a seus alunos e adaptar exercícios que sejam difíceis demais para quem ainda não tem um bom condicionamento físico ou sofre de alguma patologia.
Mas, no geral, os movimentos podem e devem ser feitos por todo mundo. Isso inclui grupos especiais como gestantes, pessoas com patologias e crianças.
Referências Bibliográficas:
D'ELIA, Rodrigo; D'ELIA, Leandro. Treinamento funcional: 7º treinamento de professores e instrutores. São Paulo: SESC - Serviço Social do Comércio, 2005.
MONTEIRO, Artur Guerrini; EVAGELISTA, Alexandre Lopes. Treinamento Funcional: Uma abordagem prática. São Paulo: Phorte, 2010.
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