Por muitos anos, o lactato foi visto como um vilão do exercício físico — aquele “ácido” que causava fadiga muscular e dor após os treinos intensos. Mas a ciência evoluiu e hoje sabemos que o lactato é muito mais que um “subproduto do cansaço”. Ele é, na verdade, um componente-chave para a sinalização metabólica que estimula adaptações importantes como hipertrofia muscular e queima de gordura.
Se você é educador físico, personal trainer ou fisiologista do exercício, entender esse mecanismo pode transformar a forma como você estrutura seus treinos e motiva seus alunos.
O que é lactato e como ele é produzido?
Durante exercícios de alta intensidade, o corpo utiliza o sistema anaeróbico lático para gerar energia rapidamente. Neste processo, o glicogênio é convertido em energia, e o piruvato, que normalmente entra na mitocôndria para a respiração celular, é transformado em lactato.
Esse lactato se acumula nos músculos e na corrente sanguínea, e, tradicionalmente, a sua presença foi associada à fadiga muscular.
O lactato como sinalizador metabólico
Hoje, sabemos que o lactato funciona como um sinal químico que ativa várias vias de adaptação muscular e metabólica. Ele estimula:
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A liberação de hormônios anabólicos, como o hormônio do crescimento (GH);
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A ativação de vias de síntese proteica, fundamentais para a hipertrofia;
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A mobilização de ácidos graxos para uso como fonte energética, facilitando a queima de gordura.
Essa visão mais ampla transforma o lactato em um “aliado” da performance.
Lactato e hipertrofia muscular
Estudos recentes mostram que treinos com intensidades que promovem a produção moderada a alta de lactato (como o treino intervalado e séries curtas com cargas moderadas) induzem um ambiente hormonal favorável para o crescimento muscular.
Além disso, o lactato contribui para a vasodilatação local, aumentando o aporte sanguíneo e nutrientes aos músculos, acelerando a recuperação e o crescimento.
Lactato e emagrecimento
O lactato também influencia a oxidação de gorduras. Ao estimular a liberação de hormônios lipolíticos e a ativação da via metabólica AMPK, ele ajuda o corpo a utilizar a gordura como combustível mesmo após o treino — fenômeno conhecido como EPOC (Excess Post-exercise Oxygen Consumption).
Ou seja, os treinos que elevam a produção de lactato favorecem não só a hipertrofia, mas também o gasto calórico prolongado.
Como aplicar esse conhecimento na prescrição de treino?
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Priorize exercícios que atinjam intensidades entre 70% a 90% do VO₂ máximo ou que gerem lactato sanguíneo próximo de 4 mmol/L, como séries curtas com cargas moderadas e treinos intervalados;
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Combine períodos de esforço intenso com descanso ativo para manter a capacidade de sustentar a produção de lactato e otimizar as adaptações;
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Monitore a percepção de esforço do aluno e, se possível, a concentração de lactato para ajustar as cargas e volumes;
Explique ao aluno o papel do lactato, para que ele entenda que o “queimação” no músculo não é um inimigo, mas um sinal de que o treino está funcionando.
Conclusão
O lactato saiu da “lista negra” dos vilões para se tornar um dos principais aliados do educador físico. Compreender seu papel é essencial para desenvolver treinos mais eficientes, que promovam hipertrofia e queima de gordura simultaneamente.
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