O futebol é um dos esportes mais populares do mundo, praticado, segundo o boletim da Fédération Internationale de Football Association – FIFA, por mais de 60.000.000 de pessoas em mais de 150 países (Cohen et al., 1997). É o esporte mais difundido na maioria dos países, especialmente nos latino-americanos e europeus (Raymundo et al., 2005).
O desempenho no futebol depende de inúmeros aspectos, entre eles: técnico, biomecânico, mental, tático e físico. Com isso, um sistema de treinamento adequado baseado na ciência e na fisiologia do esporte faz com que atletas possam alcançar de maneira eficaz o mais alto rendimento esportivo (Stolen et al., 2005). Entretanto, pela complexidade do esporte não se sabe ao certo a importância relativa de cada uma dessas variáveis (Rosch et al., 2000).
Atualmente as diferenças de nível competitivo são expressas ao nível da velocidade de jogo, justeza no passe e recepção, quantidade e qualidade de remates, capacidade de exploração do terreno de jogo, etc., bem como fatores de índole psíquico-afetiva que diferenciam o potencial competitivo dos vários tipos de jogador. No entanto, hoje podemos verificar que as diferenças das metodologias de treino entre as várias equipes dos diferentes escalões competitivos são cada vez menos nítidas (Santos, 1999).
Estudos que visam à melhora do rendimento no futebol têm focado os fatores táticos, técnicos e principalmente físicos. Dos aspectos relacionados ao rendimento físico há um interesse maior nas variáveis força, velocidade e resistência (Helgerud et al., 2001).
Além disso, a grande evolução médico-tecnológica ocorrida nas últimas décadas teve grande impacto no esporte, com um importante avanço na preparação física e no conseqüente desempenho máximo (Raymundo et al., 2005). Logo, o grau de desenvolvimento das capacidades físicas do atleta é fator determinante do seu nível desportivo (Balikian et al., 2002).
Cada vez mais no futebol utiliza-se o auxílio da tecnologia para se melhorar o desempenho dos atletas. Entre as variáveis físicas envolvidas nesse esporte destaca-se o consumo máximo de oxigênio (VO2máx), por ser um índice relevante na predição de condição aeróbia, além de servir como parâmetro para prescrição de treinamento.
Esse quadro transformou o
estilo do futebol, com a substituição da ênfase na técnica (futebol-arte) pelos componentes físicos (futebol-força) e táticos. O futebol atual exige capacidade anaeróbia (especialmente velocidade e explosão muscular) para as ações de jogo e resistência aeróbia para os curtos períodos de recuperação entre as ações nas partidas (Raymundo et al., 2005).
Com o alto nível de demanda física durante os jogos, os
atletas de futebol devem se adaptar cada vez mais a intensidades elevadas nas partidas. Logo, o desenvolvimento de boa capacidade aeróbica, anaeróbica, força, velocidade e coordenação neuromuscular tornam-se imprescindíveis. Portanto, uma boa avaliação dessas variáveis torna-se necessário sob esse prisma (Metaxas et al., 2005).
Parece ser fato que para apresentação de um bom padrão de condição aeróbia seja necessário adequado nível de consumo máximo de oxigênio, limiar anaeróbio e economia de trabalho (Metaxas et al., 2005). Logo, o consumo máximo de oxigênio parece ser bastante relevante somado a essas outras variáveis. Além disso, estudos têm revelado correlação entre consumo máximo de oxigênio e distância percorrida pelos atletas nas partidas (Helgerud et al., 2001).
Apesar da vasta literatura a respeito das características fisiológicas de desportistas de diferentes modalidades, poucos trabalhos analisaram a influência de diferentes funções táticas sobre as características fisiológicas de futebolistas.
Retirado de http://www.areadetreino.com.br/?p=531
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